O aluguel e o déficit imobiliário brasileiro

predio_1127-2313Quem possui algum dinheiro em caixa e não sabe como investi-lo, logo pensa em comprar um imóvel. Pode até não ser o melhor investimento, mas a ideia de risco zero e os rendimentos com o aluguel atraem esse perfil de comprador. Assim, ao longo de gerações, algumas famílias acumulam cada vez mais imóveis. Mas qual o impacto dessa situação para o mercado imobiliário?

O déficit habitacional brasileiro ficou em 6,2 milhões de unidades em 2015. Entende-se por déficit habitacional uma destas condições: precariedade (casas improvisadas), acúmulo familiar em uma única unidade e o ônus excessivo com aluguel (famílias que moram de aluguel com renda de até 3 salários mínimos ou com gasto de aluguel superior a 30% da renda familiar).

Entre os estados com os maiores déficits habitacionais estão: São Paulo (1,3 milhões de unidades), Minas Gerais (552 mil), Bahia (451mil), Rio de Janeiro (468 mil) e Maranhão (388 mil). Já os estados que precisam de menos imóveis são: Roraima, Acre e Amapá, todos na faixa das 25 mil unidades. Pela lógica, o déficit é menor nessas regiões pois a população também é mais enxuta.

Nesse contexto, o aluguel excessivo no Brasil representa, aproximadamente, 3,2 milhões de unidades, ou algo próximo a 51,5% do déficit habitacional. Essa é a primeira desde o início da série histórica, em 2007, que o aluguel representa mais da metade do déficit habitacional. As informações são de pesquisa da Fundação João Pinheiro, com dados de 2015.

Deste modo, então metade da culpa pelo déficit habitacional é de quem compra muitos imóveis para alugar? Definitivamente não, até porque o déficit continuaria o mesmo sem tais aquisições, pois quem está na estatística não possui situação economia suficiente para realizar o sonho da casa própria. Em outras palavras, o déficit imobiliário é um tema complexo e tem muito mais haver com má distribuição de renda, do que com o aluguel.

William Cruz – Colunista do PortaisImobiliarios.com.br uma rede de portais de imóveis, como o portal na cidade de Curitiba –  presente em mais de 270 cidades do Brasil.

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